A Ética do Silêncio
A Ética do Silêncio

A Ética do Silêncio

20231 Temporada(s)

Uma série documental sobre o racismo estrutural brasileiro a partir do exame das relações entre os afrodescendentes e o direito no Brasil, desde o movimento abolicionista. Um estudo sobre os fundamentos jurídicos e policial da opressão racial, da desigualdade e de lutas por direitos de cidadania no país. Ao traçarmos a complexa relação entre racialização e direito na história afro-brasileira, esperamos expor as raízes históricas da tensa realidade contemporânea

Episódios

Brasil Monárquico: O Silêncio Constitucional

1. Brasil Monárquico: O Silêncio Constitucional

Após a independência brasileira em 1822, a escravidão permaneceu sendo um pilar da nova nação. Sob o silêncio racial da lei, a cor da pele, na prática, precarizava a liberdade da ampla maioria desses cidadãos. Desde então, um conjunto de códigos e práticas policiais, criadas no período, forneceram os fundamentos de práticas de racismo institucional até hoje presentes no estado brasileiro.

A Liberdade Sem Direitos

2. A Liberdade Sem Direitos

O imediato pós-abolição foi marcado por inúmeras tentativas de controlar a movimentação e o trabalho dos últimos libertos, e de uma massa de gente negra nascida livre, a exemplo da “Lei da Vadiagem”. E a população negra, apesar do seu protagonismo na indústria musical nascente, teve de lutar pelo direito à cidade, à educação, ao trabalho e pelo fim da violência escravagista.

Sob o Signo do Silêncio da Democracia Racial

3. Sob o Signo do Silêncio da Democracia Racial

A democracia racial era conceito disputado pelos grupos negros antirracistas. A proibição do partido da Frente Negra, em 1938, não impediu o surgimento de uma geração de novos intelectuais negros e movimentos antirracistas, nas áreas política e cultural, como o Teatro Experimental do Negro, e no período nacional democrático, com nomes como Abdias Nascimento, Solano Trindade e Guerreiro Ramos.

A Ética do Silêncio Abalada

4. A Ética do Silêncio Abalada

O silêncio racial acentuou-se na ditadura militar. Não havia espaço para disputar os significados da democracia racial, a luta antirracista foi fortemente criminalizada. Neste contexto de repressão, a ética do silêncio foi fortemente abalada com o surgimento do MNU. Na articulação pela participação negra na Constituinte de 1988, um novo período de lutas começou a ser configurado.

A Ética do Silêncio Contestada

5. A Ética do Silêncio Contestada

Quase 135 anos após a abolição da escravidão, as heranças jurídicas escravistas e racistas mais profundas ainda perduram sob a forma de violência policial, mas o acesso diferenciado aos direitos de cidadania e políticas sociais e econômicas, fomentam o surgimento de uma nova geração antirracista, que leva as políticas universalmente conhecidas como de ações afirmativas a um novo patamar.